Depois de quase três meses sem receber clientes, empresários brasileiros em Portugal renovaram a esperança na retomada econômica com a abertura de cafés, bares e restaurantes.
Veja o que reabre nesta nova fase da retomada econômica em Portugal
A segunda fase de desconfinamento é parcial e autorizada para áreas ao ar livre. É possível receber a partir de hoje um grupo de até quatro clientes por mesa. O uso de máscara é obrigatório enquanto aguardam os pedidos.
O governo pede cautela e consciência da população e lembra que a pandemia está longe do fim, podendo dar passo atrás e retomar o confinamento.
Pela manhã, foi possível observar clientes bebendo cafés, chopes, drinques e consumindo refeições em mesas nas calçadas de Lisboa e Porto.
Para os empresários que têm no consumo ao ar livre o ponto forte de seus negócios, a retomada em dias de sol e temperatura acima de 20º traz alívio.
– Um primeiro passo muito importante para a retomada. Estamos todos ansiosos e otimistas para que tudo corra perfeitamente bem – disse Vinícius Fraga, sócio da Casa Guedes, no Porto.
Brasileiros em Portugal buscam caminhos para salvar seus negócios, em meio ao avanço da Covid
Com três filiais, a Casa Guedes atrai intenso consumo externo e o fechamento durante nova quarentena para conter a pandemia abalou a contabilidade. Houve redução de 70 para 50 funcionários, além da negociação com fornecedores e do pagamento dos aluguéis.
-Esplanada (espaços ao ar livre) é o que mais temos nas três casas. São 75 mesas e o nosso serviço para abastecê-las continua a ser nossa estratégia – explicou Fraga.
Em Lisboa, Glauco Junqueira, sócio da A Coxinharia, prevê uma retomada lenta, mas otimista. Ele alerta para possíveis tropeços:
– As esplanadas estão de volta. E, com elas, a esperança de tempos melhores, de convivência para os clientes e de retomada na faturação. É uma nova fase se reinicia nos restaurantes, embora acredite que a recuperação seja lenta. Estamos em plena pandemia e qualquer tropeço neste momento pode botar tudo a perder. Por isso, vamos ser conscientes, pacientes e fazer com que as esplanadas sejam uma extensão da casa dos clientes.
Sócia da Família Sousa, no Porto, especializada em gastronomia brasileira, Patrícia Sousa comemorou a reabertura. Seu restaurante tem área externa e também um salão de cabeleireiro em anexo.
– Estou muito feliz porque podemos voltar a trabalhar, com todos os cuidados necessários. Precisamos ganhar dinheiro, porque o governo não ajudou tanto. Investimos nesse último ano e está difícil recuperar – disse Sousa.
A nova quarentena começou em 15 de janeiro, quando o setor lamentava quebra acima de 50% em 2020. Cerca de 90% perderam metade do faturamento naquele mês e nem contas básicas foram pagas. Mais de 70% recorreram ao endividamento e 50% decidiram não fazer entregas, por não compensar.
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Se a retomada tomar impulso, o setor pode evitar demissões. A previsão é que 35% das empresas mandem funcionários embora este ano. Somente o mercado de cerveja teve recuo de 14% no consumo.
O funcionamento das áreas externas será permitido até às 22h30m nos dias úteis. E limitado às 13h aos sábados, domingos e feriados.
Apesar de a abertura destes espaços ao ar livre ser recebida com maior entusiasmo, as escolas também voltaram às aulas presenciais. Serão cerca de 600 mil alunos do 5º ao 9º anos nesta fase. O governo anunciou que 150 mil professores serão testados.
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